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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

004 - a arte da felicidade - Dalai Lama

A arte da felicidade (Howard Cutler e Dalai Lama)
“Acredito que o objetivo da nossa vida seja a busca da felicidade. Isso está claro. Quer se acredite em religião ou não, quer se acredite nesta religião ou naquela, todos nós buscamos algo melhor na vida. Portanto, acho que a motivação da nossa vida é a felicidade.

Quando você mantém um sentimento de compaixão, bondade e amor, algo abre automaticamente sua porta interna.

Com isso, você pode se comunicar mais facilmente com as outras pessoas. E esse sentimento de calor cria uma espécie de abertura. Você descobre que todos os seres humanos são exatamente iguais a você e se torna capaz de se relacionar mais facilmente com eles. Isso lhe confere um espírito de amizade. Então há menos necessidade de esconder as coisas e, consequentemente, sentimentos de medo, dúvida e insegurança se dispersam automaticamente.

Na nossa vida diária, certamente aparecem problemas. Os maiores problemas em nossas vidas são aqueles que temos de enfrentar inevitavelmente, como a velhice, a doença e a morte. Tentar evitar nossos problemas ou simplesmente não pensar neles pode nos dar um alívio temporário, mas acho que há um modo melhor de lidar com eles.

Se você enfrentar seu sofrimento diretamente, terá mais condições de avaliar a profundidade e a natureza do problema. Numa batalha, enquanto você ignorar as condições e a capacidade de combate do inimigo, estará completamente despreparado e paralisado pelo medo.

No entanto, se você conhecer a capacidade de luta de seus adversários, os tipos de armas que eles têm e assim por diante, terá muito mais condições de entrar na guerra. Do mesmo modo, se você enfrentar seus problemas em vez de os evitar, terá mais condições de lidar com eles”.

Por Dalai Lama


O médico psiquiatra norte-americano Howard C. Cutler decidiu ir ao Tibete para fazer pesquisas sobre a medicina tradicional tibetana. Nessa sua estadia por terras tibetanas acabou por conhecer esse mestre espiritual, o Dalai Lama. Encontraram-se os dois inúmeras vezes e desses encontros, certamente bastante frutíferos, surgiu a ideia ao autor de escrever este livro que busca orientar o leitor no seu caminho rumo à felicidade.

Que todos nós, de uma maneira ou de outra, buscamos a felicidade, disso ninguém tem dúvidas. A pergunta a que é difícil responder é: - Qual o caminho comum capaz de nos conduzir a essa desejada felicidade?

O autor deste livro (que partilha essa qualidade com Dalai Lama), Howard C. Cutler, acha que sim. Dessas entrevistas Cutler extraiu conhecimentos da sabedoria budista que adicionou a alguns conceitos da psicologia ocidental. Dessa mistura surgiram conselhos simples que tentam ajudar a todos a conquistarem uma paz interior, que pode conduzir à felicidade. Mas, como é evidente, não há receitas certas para a felicidade. De acordo com os autores o segredo está na capacidade que cada um tem (ou não) de expressar seus sentimentos de compaixão

Eu, aliás, percebi que a questão fundamental na busca pela felicidade está precisamente em rever as nossas crenças ou premissas que causam o sofrimento. A premissa é o ponto ou a ideia de que se parte para armar um raciocínio enquanto a prerrogativa significa privilégio ou vantagem que possuem os indivíduos de uma determinada classe ou espécie. Mesmo não sendo iguais elas são usadas, em muitos casos, com o mesmo sentido. Como se quisessem dizer que aquilo que eu uso para justificar as coisas partisse de uma ideia ou vantagem intrínseca. No livro A Arte da Felicidade, escrito por Howard C. Cutler e Sua Santidade Dalai Lama, podemos entender melhor:

— No esforço de determinar a origem dos problemas de cada um, parece que a abordagem ocidental difere sob muitos aspectos do enfoque budista. Subjacente a todas as variedades de análise ocidental, há suma tendência racionalista muito forte, um pressuposto de que tudo pode ser explicado. E ainda por cima existem restrições decorrentes de certas premissas tidas como líquidas e certas. Por exemplo, eu recentemente me reuni com alguns médicos numa faculdade de medicina. Estavam falando sobre o cérebro e afirmaram que os pensamentos e os sentimentos resultam de diferentes reações e alterações químicas no cérebro. Por isso, propus uma pergunta. É possível conceber a sequência inversa, na qual o pensamento de ensejo a sequência de ocorrências químicas no cérebro? Mas a parte que considerei mais interessante foi a resposta dada pelo cientista. “Partimos da premissa de que todos os pensamentos são produtos ou funções de reações químicas no cérebro.” Quer dizer que se trata simplesmente de uma espécie de rigidez, uma decisão de não questionar o próprio modo de pensar.

Gosto de ver que as minhas premissas ou prerrogativas jamais serão plenamente partilhadas pelos outros, por quê? Porque não existe a possibilidade de que as minhas experiências e o modo como eu as compreendo sejam idênticos ao dos outros e é exatamente isto que torna as nossas vidas mais interessantes, os conflitos.

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